Lição 9 – 26 de fevereiro de 2012 “Jacó sobe a Betel e edifica um altar a Deus”
TEXTO ÁUREO
“E edificou ali um altar, e chamou aquele lugar El-Betel; porquanto Deus ali se lhe tinha manifestado, quando fugia da face de seu irmão”. Gn 35.7.
Nas manifestações de Deus iniciais na história do AT, vemos marcações destas na forma de altares: Deus aparecia, falava e os homens construíam memoriais de tais glórias para sua própria firmeza e lembrança e também para seus descendentes e para os demais povos e nações.
VERDADE APLICADA
Não haverá nenhuma virtude em nosso despertamento se ele não nos levar a obedecer a Deus.
O que é despertamento? É um congresso, uma conferência missionária, uma vigília de poder, uma oração de 4h sentindo um fogo ardendo no peito? Um dirigente que faz uma campanha de 5 anos numa localidade e acaba com as drogas e o crime, ou o meu e o seu coração contritos se voltando para a simplicidade do viver ensinado nas Escrituras? O obedecer a Deus não é observar o Estatuto desta ou daquela igreja ou denominação nem contribuir financeiramente e ser pontual e não faltar aos cultos. Isso é feito por várias religiões muito melhor do que fazemos...
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar o poder da Palavra de Deus;
Mostrar que Deus sempre alcança seu objetivo;
Acrescentar o desejo da busca do avivamento.
INTRODUÇÃO
A lição deste Domingo ensinará como a voz de Deus poderá provocar mudanças significativas na conduta do seu povo. Jacó e sua família são ordenados pelo Senhor a um realimento na sua jornada espiritual. Após assumir uma postura de obediência, a família da promessa volta mais uma vez a estar no centro da vontade de Deus.
A voz de Deus muda a vida de alguém? Discordamos em parte, pois há muitas vozes no Mundo (I Co 14.10 e 11), e apenas ouvi-las não dá sequer compreensão. Quando buscamos entendimento, passamos a buscar sentido nas palavras e, então, poderemos ou não tentar atender ao ensino, instrução, alerta ou repreensão das tais vozes. Vemos muitas vezes no passado, Deus falando como que ao vento (Jó 33.14, Pv 13.1), entretanto, o povo que mais viu maravilhas e mais perto andou com Deus, é um dos que menos deu valor real ao seu falar (Dt 4.33).
1. DEUS FALA COM JACÓ (GN 35.1-15)
Deus disse a Jacó para que ele se aprontasse e fosse para a cidade de Betel e construísse um altar e dedicasse a Ele, lembrando o episódio em que o Senhor apareceu a ele em Betel quando estava fugindo de Esaú. Jacó então reuniu sua família e todos os que estavam com ele e pediu para que se apartassem de toda a idolatria e purificassem as suas vestes. É interessante que todo verdadeiro despertamento começa quando Deus fala conosco (Pv 29.18).
Este é o primeiro reavivamento registrado na Bíblia e tem quase todos os aspectos notáveis de muitos reavivamentos subsequentes descritos no V.T. São eles:
1- O reavivamento é frequentemente precedido, como aqui, por um período de grosseira iniquidade, desgraça e consequentemente medo (34.30-31);
2- Inicia-se com uma palavra de Deus, direta ou através de um líder consagrado – “Disse Deus”;
3- É preciso abandonar tudo o que esteja desagradando a Deus – “deuses estranhos, que há no vosso meio”, “lançai fora”, “purificai-vos”.
4- Há um correspondente retorno à obediência, à vontade revelada – “subamos a Betel”, “farei ali um altar”;
5- Lembrança das bênçãos passadas – “Deus que te apareceu, quando fugias”, “que me respondeu no dia da minha angústia”;
6- Aqueles que genuinamente procuram servir ao Senhor recebem certeza da proteção divina dos seus inimigos – “não perseguiram”;
7- O reavivamento vem acompanhado de uma nova revelação do caráter de Deus (v. 11);
8- As promessas de Deus são renovadas e uma revelação da possibilidade de uma vida espiritual mais elevada é concedida (vs. 10-11);
9- O reavivamento pode ter sido o preparativo de Deus para se enfrentar uma prova ou uma aflição futura, como aqui na morte de Raquel (vss. 16-20);
10- Reavivamentos posteriores no V.T. quase sempre foram marcados por uma renovação da oferta de holocaustos.
Betel estava situada junto à estrada que levava a Jerusalém, Belém e Hebrom. Jacó já se demorara demais em alcançar este santo lugar. Devia agora edificar ali um altar, como Abraão o fizera na sua memorável viagem à Palestina. Jacó edificara um massiba, isto é, uma coluna de pedras, depois de sua inesquecível experiência com Jeová, ao fugir para Harã. Esta volta ao lugar santo envolveria uma entrega total de sua vida ao Senhor. Ele negligenciara o altar de Deus. A ênfase espiritual estivera ausente do seu pensamento e vida.
1.1. Despertamento de Jacó
Na verdade, Deus está direcionando Jacó para o que de mais extraordinário pode acontecer na vida de um homem ou de uma mulher, seu retorno ao lar. Lar é muito mais que casa. O lar deve ser o local em que homens e mulheres possam experimentar a alegria de ter a companhia das pessoas que mais se ama independentemente das diferenças.
Despertamento é como que cair a ficha. Ao ouvir a voz de Jeová e avaliar todos os acontecimentos recentes, Jacó percebeu que não havia alternativa a não ser atentar à ordem expressa de Jeová e subir para Bete. Sua missão ainda não estava concluída.
Então se levantaram e foram-se a Betel, e surpreendentemente os cananeus não os atacaram, a causa foi um terror inspirado por Deus que havia se apoderado deles.
Israel, não apenas o novo homem, mas agora iniciava-se a nação, seguia mais firme que nunca. O Patriarca certamente estava extremamente realizado e contente, com os seus e com o seu Deus.
1.2. A obediência à voz de Deus (Gn 35.4-8)
A obediência exterior sem uma mudança de coração é vazia em si mesma, e Jacó é o retrato desse homem, que, na aparência, manifesta piedade, sem, contudo, sê-lo interiormente (Mt 5.20). A Bíblia manda que sejamos obedientes em todas as áreas de nossa vida (Mt 23.23,24).
Israel esforça-se por seguir em obedecer a Jeová. Fixemos em nossa alma o quem diz a Palavra em João 10.27: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem.” Apenas quando mudamos nosso pensar, é que alcançamos o rumo da obediência consciente; não havendo tal posição, o estudar doutrinas, teologia, jejuar, orar ou mesmo ganhar almas, serão práticas apenas. Não serão frutos de uma vida pia em Cristo, nosso Senhor.
A obediência é fruto de mudança de mente (At 13.24) se não houver esta mudança, as disciplinas serão apenas práticas vazias de uma religião qualquer. A Bíblia diz: quem é de Deus, ouve a voz de Deus (Jo 10.27).
1.3. O despertamento na família
Célula-Mater da sociedade. Sem bons suportes à estrutura da família, teremos a total degeneração da sociedade e do caráter humano, individualmente. Deveria sempre ser o local onde todos pudessem encontrar refúgio, principalmente espiritual e afetivo. A formação da personalidade depende em muito das características vistas e aprendidas no seio familiar. Nesta família, em especial, havia desde roubo (Raquel e os terafins de Labão), Golpes (Jacó mais novo) e favoritismos (Raquel, José dentre outros, eram claros protegidos de Jacó). A família que foi o grande berço da Nação Israelita trazia de tudo: havia até várias coisas boas. Observemos tais detalhes feios para nunca os copiar. A Paz de Cristo e a Alegria do Espírito não podem faltar em nenhum lar.
Para que Jacó pudesse continuar sua jornada de volta para o seu lar espiritual era necessário orientar a sua casa sobre o padrão de vida que Deus desejava. A família de Jacó deveria ser um sonho lindo e não aquele pesadelo infernal que estavam experimentando.
2. TIRANDO OS DEUSES ESTRANHOS (GN 35.4)
Antes de ir embora, Jacó volta a entender a construção de sua história com Deus e manda que todos os ídolos sejam retirados do meio de sua Família. Não que necessariamente houvesse idolatria declarada, mas era comum a algumas famílias terem em suas casas objetos que eram mais superstição do que idolatria. Ele manda que se livrem inclusive dos brincos que usavam em suas orelhas. Eram mais que joias ou enfeites, os brincos eram vistos como amuletos de proteção e eram usados também no culto a deuses estrangeiros (Ex 32.2,3).
Quantos deuses familiares ou domésticos temos ou podemos ter? Vemos aqui, a expulsão dos deuses estranhos, não apenas dos corpos e casas, mas das vidas, das almas e das mentes! Existe diferença entre idolatria declarada ou oculta? É mais fácil livrar-se de maus ensinos em uma escola sabidamente ruim (e de maus ensinos), ou em uma com boa reputação, mas de péssimo ensino? A idolatria declarada é fácil de se fugir, evitar ou avaliar. Entendemos que as ocultamente praticadas, sejam as piores. Como dizia conhecido pensador: “...o óbvio ululante...”. Tão à vista, mas devido ao “ocultamento”, quando percebida, por lesado estarem os sentidos, é ignorada. Não devemos tirar os deuses. Eles não devem sequer entrar!
2.1. Lançando fora os deuses estranhos
Então disse Jacó à sua família, e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos, que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes.
Coloque distante (35.2) os deuses estranhos. O arrependimento envolve renúncia àquilo que dificulta e mancha a adoração e o serviço a Deus. A principal exigência da aliança é exclusiva fidelidade ao Senhor (Êxodo 20.3-5; Josué. 24.14, Jz. 10.16). Um dos quatro itens da aliança de Josué com Israel é: Colocar de lado todos os deuses estranhos 24.23.
Em hebraico, "deuses do estrangeiro", de nações estrangeiras. Jacó trouxe, em seu serviço, um número de trabalhadores da Mesopotâmia, que eram viciados em práticas supersticiosas por essa razão o procedimento adotado para a prática religiosa de sua família não poderia ser aceito por ele, como foi feito por Abraão (Gênesis 18.19). Ele poderia ter sido até agora muito negligente, fechando os olhos a esses males de seus servos, ou, talvez, não havia descoberto ainda até a sua chegada em Canaã, que aquela mais próxima e mais preciosa para ele era secretamente infectada com a mesma corrupção (Ge 31.34). Seja como for, ele resolveu fazer uma reforma imediata e profunda no seio de sua família, ordenando-os a lançar fora os deuses estranhos.
Deram a Jacó todos os deuses estranhos e brincos, os serafins (compare Gênesis 31.30), bem como, talvez, outros ídolos adquiridos entre os despojos "brincos de várias formas, tamanhos e materiais, que são universalmente usados no Oriente e, então como agora, conectado com encantamento e idolatria (compare Hc 2.13)”. O tom decidido que Jacó agora assumiu foi a provável causa do entusiasmo com que os objetos preferidos da superstição foram entregues.
Seus servos, e todos os trabalhadores para a sua família, deram-lhe todos os deuses estranhos, e os brincos que usavam tanto como amuletos, ou a honra de seus deuses. Jacó teve o cuidado de enterrar as suas imagens, podemos supor que, em algum lugar desconhecido para eles, que não puderam encontrar mais tarde e retornar a eles.
Jacó os escondeu debaixo do carvalho "árvore imponente” que, como todos os outros do gênero, foi um objeto marcante no cenário da Palestina e, sob o qual, em Siquém, o patriarca tinha a sua tenda. Ele escondeu as imagens e amuletos, entregue a ele por seus dependentes, na raiz dessa árvore. O carvalho, por ser considerada uma árvore sagrada, foi a escolhida por Jacó para enterrar os ídolos em sua raiz, pois assim, nenhuma mão ousada arriscaria perturbar o solo.
2.2. Purificação
“Purificai-vos”. Limpe as suas vidas, os corações, servi a Deus com a vida limpa. Jacó tomou o lado de Deus e levou a sua família para o mesmo lado.
A purificação era sempre necessária quando eles iam a Betel, a casa de Deus. O que não deve ser diferente hoje. Temos que nos despir de toda impureza, imoralidade, vaidade, todo pecado, confessando-os, para nos aproximarmos de Deus no altar da adoração.
2.3. Mudando as vestes
“Mudai as vossas vestes”. Tire as vestes do pecado, da idolatria, do mal, coloque as vestes da justiça, do amor único a Deus e da bondade; Jacó, mais uma vez coloca os parâmetros pelos quais a sua família deveria andar.
“Mudai as vossas vestes”, como se alguma corrupção do contato com a idolatria ainda permanecesse sobre eles. Na Lei de Moisés, muitas purificações cerimoniais foram ordenadas e observadas por pessoas que haviam contraído certas impurezas. Sem a observância desse ritual, eram contados como impuros e impróprios para participar do culto social a Deus.
Essas purificações corporais eram puramente externas, mas que refletiam o interior mudado, transformado em nova criatura.
3. A TERCEIRA COLUNA LEVANTADA POR JACÓ
Na sua chegada a cidade de Betel a imagem, que se desenha, é de um despertamento coletivo na família de Jacó. O texto diz que assim que Jacó e toda a sua família chegaram à cidade de Luz, que passaria a ser chamada de Betel, ali ele construiu um altar em adoração ao Senhor (Gn 35.6,7). Uma nova etapa sendo construída na família da Aliança.
3.1. Uma coluna de pedras
Monumento primitivo usado na antiguidade para marcar um acontecimento memorável, para ser lembrado através dos anos.
Assim chegou Jacó à Luz, isto é, Beth-el. É provável que este lugar era um terreno desocupado, quando Jacó foi pela primeira vez ali, e que após esse período, os cananeus construíram uma cidade, a qual deram o nome da Luz (Ge 28.19). O nome de Betel, que, evidentemente, limita-se a Jacó e sua família, não substitui o original, até muito tempo depois. Agora é identificada com a Beitin moderna e está situada na encosta ocidental da montanha em que Abraão construiu seu altar (Gênesis 12.8).
Jacó construiu um altar - e, sem dúvida, ofereceu sacrifício sobre ele, talvez o dízimo de seu gado, de acordo com o voto feito anteriormente – certamente eu te darei o dízimo. E chamou aquele lugar, isto é, o altar, El-Betel, o Deus de Betel. Como reconhecimento e gratidão a Deus por lhe haver mudado o nome de Jacó para Israel, ele adorou a Deus o “El-elohe-Israel”, agora, fazendo um reconhecimento de gratidão a Deus, ele adora a Deus pelo nome de El-Betel, o Deus de Betel, porque aí Deus apareceu para ele.
3.2. Uma libação de azeite
A libação é uma forma de adoração em que o ofertante derramava um tipo de líquido em honra a alguma divindade.
Uma oferta na forma de bebida alcoólica, geralmente vinho (Números 15.5,7), que ajudava a queimar o holocausto. Era sempre derramado, nunca bebido, e pode ser considerada uma figura de Cristo (Salmo 22.14, Isaias 53.12). Esta é a primeira vez que aparece na Bíblia. O apóstolo Paulo se refere a esta libação quando diz que se alegra e congratula com os crentes em Filipos mesmo que ele fosse oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da sua fé (Filipenses 2.17), referindo-se ao seu possível martírio.
Era usado azeite de oliva da mais alta qualidade e pureza. Custava caro, e era a maneira de mostrar como o objeto ungido era precioso. Jacó estava externando o maior respeito ao lugar onde se encontrou com Deus.
3.3. O testemunho do avivamento
Jacó sabia que havia muitas coisas que estavam afastando ele e sua família do verdadeiro Deus. Para que viesse o avivamento, eles precisavam buscar a Deus e a melhor forma de começar era livrar-se de tudo que os afastava de Deus. Por isso ele pediu que colocassem uma roupa nova e jogassem fora os falsos deuses e tudo que fosse ligado a eles.
Ashbel Green Simonton, missionário e pastor americano que fundou a Igreja Presbiteriana no Brasil no século XIX, disse uma vez que: “Avivamento é o sopro de Deus para tirar a poeira que foi acumulada no decurso dos anos sob nossa vida espiritual”.
Jacó e sua família estavam tirando a poeira acumulada para que pudessem ter novamente uma vida com Deus. E se você continuar a ler esse capítulo verá a experiência que eles tiveram com Deus.
Interessante que na primeira experiência que Jacó teve, ele chamou o nome do lugar de Betel, que significa “casa de Deus”, Gn 28.19, depois do avivamento ocorrido em sua família, ele retornou ao mesmo lugar, e edificou um altar e mudou o nome daquele lugar par El-Betel, que significa “O Deus de Betel”. Uma coisa é ter experiência com o templo, com o coral, com a orquestra, com o pregador, pastor, etc. Outra coisa é ter a experiência com o próprio Deus, é receber vida espiritual, ou seja, somente através de uma experiência pessoal com Deus, é que ele tem condições de edificar o altar da fé, da vitória, e do avivamento. Glória a Jesus! O altar de Siquém foi um altar histórico, altar das formalidades, mas o altar de El-Betel, foi o altar do avivamento. Onde temos edificado o nosso altar? Será que temos edificado o altar do avivamento, ou temos edificado o altar das formalidades humanas?
CONCLUSÃO
Urge em nossos dias a necessidade de um despertamento no seio da Igreja. A Palavra de Deus precisa ser pregada sistematicamente através de nossos meios de comunicação, para que o povo de Deus experimente, a cada dia, a sua vontade na sua peregrinação rumo ao céu.